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Biografia

O santista Eber de Góis é um artista nato. A paixão que corre por suas veias aguça seus sentidos, transforma o universo que o circunda em um cenário repleto de nuances e formas. Mesmo quando imperceptíveis. Ele tem um olhar crítico e o dom de captar expressões artísticas por onde passa.

Fascinado por desenhos e cores desde a infância, seu primeiro contato com a arte se deu por meio das revistas em quadrinhos.

“Eu ficava contagiado pelo mundo das cores que preenchiam os desenhos nos gibis, diferentemente das demais crianças, que concentravam toda a atenção nas historinhas. Nessa época, percebi que havia nascido para desenhar”, relembra Eber.

Eber dedicava a maior parte de seu tempo livre ao desenho, tanto que na escola os amigos o elegeram desenhista da turma e qualquer dificuldade encontrada com a aula de desenho era Eber que resolvia.

“Além do prestígio dos amigos, os professores reconheciam meu talento, sempre me incentivando a aprender cada vez mais. Quando garoto, me diverti de todas as maneiras possíveis: joguei peão, futebol, pipa, bolinha de gude; estava sempre rodeado de amigos, no entanto, meu envolvimento com arte era solitário, pois não era comum um menino se interessar por desenho e pintura, mesmo assim nunca me senti sozinho, pois a arte é capaz de me completar” revela o artista.

O tempo foi passando e Eber buscou a teoria da arte através da literatura dos grandes mestres da pintura, acrescentando mais conhecimento e dando maior motivação para prosseguir. A partir daí passou a frequentar museus, galerias, exposições, observando tudo profundamente, aproximando-se também de outros artistas já consagrados para vivenciar experiência profissional.

Se dependesse do pai ele teria seguido outra carreira. Entretanto, nessa época, uma porta se abriu justamente para o mundo no qual ele sempre aspirou.

“Apareceu uma oportunidade num estúdio de arte de uma agência de publicidade e nesse momento eu acredito que os deuses das artes me protegeram e abriram as portas para que esta fosse a minha estrada”.

O trabalho desenvolvido em agência de publicidade enriqueceu a bagagem gráfica do pintor. Trabalhar na área de criação foi muito importante porque acrescentou novas técnicas, trazendo novas perspectivas de carreira.

Outra experiência profissional importante foi ao ingressar numa empresa de economia mista em Santos que possuía gráfica.

“Essa nova fase me proporcionou o envolvimento com outros setores, aprendendo e tomando conhecimento de outras técnicas: fotografia, escala de cores, off set, provas gráficas e impressão, na sua fase inicial até os produtos finais que eram basicamente tabloides, folhetos e folders”, descreve. Foi nessa mesma empresa que o artista teve contato com a arquitetura.

Eber lembra que logo ficou interessado porque na arquitetura o profissional é eclético e ele já havia lido sobre a Bauhaus, escola de vanguarda na arquitetura e artes.

A Bauhaus reuniu grandes artistas como Paul Klee, Kandinsky, gênios pelos quais sempre teve grande admiração.

“O desenho era muito forte em mim, a arquitetura envolvia desde a história da arte ao urbanismo, assuntos que tinham tudo a ver comigo. “Fiz vestibular na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos, mergulhei de cabeça nesse novo mundo de conhecimentos, me formando em 1977”, se orgulha o artista.

Aos 29 anos, concluída a faculdade, novas oportunidades surgiram que proporcionaram ao artista muita experiência e expansão de seu universo de amizades na área. Foi através do seu trabalho que surgiu o convite para trabalhar como arquiteto residente no Hotel Sheraton Mofarrej de São Paulo (atual Gran Meliá). Grandes arquitetos e designers premiados fizeram parte do novo ambiente de trabalho de Eber, que cita dois nomes que foram muito importantes para ele.

“O artista plástico Juarez Machado e o arquiteto Sérgio Rodrigues foram muito mais que parceiros nesse empreendimento, eles se tornaram meus amigos”.

Após sete anos em São Paulo, o próximo passo para Eber foi o Rio de Janeiro, a convite do arquiteto Sérgio Rodrigues criador da  OCA e da cadeira mole. Esse contato com o Rio de Janeiro durou um ano.

Esses oito anos passados longe de Santos, sua cidade natal, foram extremamente importantes para seu enriquecimento profissional e pessoal.

Paralelamente ao seu trabalho na arquitetura, ele nunca se desvencilhou das artes plásticas. Era nas horas vagas que se dedicava à pintura e isto parecia insuficiente perante a vontade do artista.

Eber retorna à Prodesan, empresa de economia mista da cidade, agora como arquiteto e a partir daí começa uma nova fase na sua vida, sentindo-se seguro para investir na pintura.

“Era o momento de investir em mim mesmo, estava seguro e confiante. Eu sabia que muitos artistas quando se davam conta da riqueza de suas bagagens culturais não hesitavam investir mais intensamente na sua arte, eu me incluía nesse cenário.”

O que difere o trabalho de Eber das demais tendências contemporâneas é o intuito de inovar sempre. Avante ao desafio, o artista não se abalou ao ser censurado por muitos quanto ao seu material de trabalho: tinta acrílica sobre papel encorpado. Era um novo estilo, incomum no âmbito artístico; mas que em momento algum o impediu de produzir cada vez mais.

Um grande marco na carreira de pintor foi aos 40 anos quando passou a fazer parte de seu currículo exposições coletivas e individuais.


“Dentro do processo criativo de minhas obras, tenho como proposta elaborar trabalhos abstratos, mas de modo estruturado. Nada é gratuito ou aleatório e o objetivo é envolver o espectador com cores, luzes e tonalidades quase sensuais. A intenção é tocar a emoção. A minha pintura tem efeitos bem elaborados de transparência e não se limita ao essencial como a arte minimalista.Vou ao encontro da contemporaneidade, recriando efeitos tradicionais, usando em determinado momento o processo de velatura em tinta acrílica. A velatura como ilustração é o efeito aproximado obtido pela superposição de folhas de celofane coloridas sobre outra cor. Os tons claros na pintura são obtidos através do branco do fundo como nas aquarelas.”

A divulgação do trabalho do pintor se dá por meio de galerias e exposições de arte, contudo muitos arquitetos já expuseram suas obras em ambientes projetados para showrooms, escritórios, residências ,resorts, atraindo clientes e admiradores.Suas obras pretendem tocar a todos. “Minha arte é conceitual”.

O sucesso do seu trabalho deve-se a leveza do conjunto e a sua habilidade em lidar com as cores, levando o espectador a um encantamento. O pintor revela que uma obra leva muito mais tempo para ser elaborada do que as pessoas imaginam.

“Um trabalho artístico, em minha opinião, não se constitui em começo, meio e fim. O resultado de uma obra carrega consigo toda a pesquisa, experiência de anos e trabalho do artista. Essa jornada é imprescindível na formação pessoal e profissional em qualquer carreira. Sem essas etapas, seríamos incapazes de produzir. Eu acredito que o talento que me foi concedido não pode ser desprezado e que tenho que levar adiante como uma missão.”

A fonte de inspiração do artista é o cotidiano. “Quando eu abro a janela do meu ateliê me deparo com a natureza da praia cuja luz revela cores do oceano e do jardins da orla de Santos.”

Um dos passatempos de Eber é ficar anonimamente entre o público durante suas exposições. “A melhor forma de conhecer a repercussão de um trabalho é estar em contato com o público ouvindo comentários, captando olhares e todo tipo de reação.”

Certa vez o artista estava observando um grupo de pessoas admiradas pela quantidade de bolinhas coloridas e simétricas que fazem parte de sua obra. “Eu os ouvia, questionando como seria possível que o autor fizesse tantos pingos coloridos na tela e quanto tempo ele teria levado para concluí-la. Achei graça, mantive o anonimato e entrei na deles, exclamando que também não me conformava com tantas bolinhas”, descontrai Eber.

Eber de Gois já tem espaço conquistado pela sua obra, mas diz: “O artista tem uma inquietação natural que não acaba nunca. Pesquisar, buscar novas técnicas , fazer novos experimentos é imprescindível. O artista é uma antena do seu tempo. A realização está na satisfação de ver seu trabalho apreciado. Pretendo continuar inovando, investindo na criação de arte objeto e escultura”.

Arte é algo impossível de se explicar, podemos apenas senti-la. Entretanto Eber tem uma teoria que talvez possa chegar mais próxima da definição. “Quando Deus criou o universo (gênese) ele disse “faça-se a luz”. O processo criativo nas artes está no verbo fazer. A arte é o dom de fazer”, conclui o artista.

Por fim, após conhecer um pouco da vida desse arquiteto e artista plástico é fácil concluir: Eber não vê o mundo, ele o admira, pois consegue traduzir as mais simples facetas do cotidiano em grandes obras de arte.

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